Eduardo Gageiro (16-02-1935 a † 04-06-2025)
Vindo das margens da centralidade, Eduardo Gageiro não passou ao lado das cores do seu tempo.
Conseguiu varar o cinzento de um poder rígido e decrépito e colher os únicos pertences dos desafortunados: padecimento, labuta e fé.
A sua intervenção discreta mostrou que existem revoluções silenciosas, que elevam o clamor dos anónimos, a expressão dos inocentes, o despertar do mundo.
As imagens captadas na aldeia olímpica de Munique, no 25 de abril ou nas inundações em Vila Franca de Xira, não foram acasos geográficos ou oportunismos do tempo, são a prova que a mestria do olhar guiou a lente, a lente desinquietou a lucidez e o desassossego pintou a História.
Eduardo Gageiro mostrou-nos que a imagem genuína, ao contrário das palavras, nunca é vã, inútil, gasta, enganadora ou mentirosa.
Eduardo Gageiro deixou-nos (a todos) não só uma obra ímpar, mas a consciência que:
. a convicção projeta o dom.
. o génio desperta o olhar.
. a arte desassossega os espíritos.
O nosso patrono, Eduardo Gageiro, viveu e morreu discreto, tenaz, lúcido e é uma inspiração para todos nós.
Prof.ª de Filosofia, Célia Duarte| Escola Secundária de Sacavém
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