domingo, 29 de novembro de 2015

Espectáculo Clarabóia baseado na obra de José Saramago



Estreia 10 dez/15
Quinta a sábado, às 21h30 | sábado e domingo, às 16h
Preço à 5ª feira – 7,5€; Nos outros dias – 14€

A Barraca. José Saramago, autoria; Maria do Céu Guerra e João Paulo Guerra, dramaturgia; Maria do Céu Guerra, encenação; Lucinda Loureiro, Maria do Céu Guerra, Paula Bárcia, Paula Guedes, Paula Sousa, Rita Lello, Sónia Barradas, Carolina Parreira, Rita Soares, Teresa Sampayo, Adérito Lopes, Carlos Sebastião, Helder Costa, João Maria Pinto, Ruben Garcia, Sérgio Moras e Guilherme Lopes, interpretação.

A obra romanesca de José Saramago (1922 – 2010) tem o particular condão de não se deixar encerrar nas páginas dos livros. Recorrentemente, outras artes, nomeadamente, o teatro, têm abraçado as narrativas do escritor, transpondo-as para os palcos com resultados particularmente felizes. Lembremos as adaptações de O Bando de Ensaio sobre a Cegueira e, mais recentemente, de A Jangada de Pedra, ou a produção do Teatro Nacional D. Maria II, em Mafra, de Memorial do Convento.
Agora, A Barraca, companhia que tem no percurso um número considerável de adaptações de romances ao teatro, apresenta Clarabóia, espetáculo a partir daquela que terá sido a segunda obra do autor, publicada postumamente. Sobre o palco, 17 atores dão vida aos habitantes de um prédio nessa Lisboa cinzenta dos anos de 1950, “com a polícia à espreita dentro de cada um”. O resultado é um pungente mural sobre a condição humana, dirigido por Maria do Céu Guerra, a partir de adaptação do jornalista João Paulo Guerra. FB
Maria do Céu Guerra sobre Clarabóia:
A Barraca tem no seu historial inúmeras obras de ficção transformadas em escrita dramática, a partir das quais se produziram inesquecíveis espectáculos. É aliás esta uma das suas principais vocações. Viagens de Gulliver, de Swifft, O Diabinho da mão furada, de António José da Silva, Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto, A Relíquia, de Eça de Queiroz, Gente da Terceira Classe, de José Rodrigues Miguéis, Os Emigrantes, de Ferreira de Castro, A Balada do Café Triste, de Carson McCullers, são apenas algumas dessas obras.
Neste sentido, A Claraboia, de José Saramago, constitui para A Barraca um desafio enorme. São dezassete personagens distribuídas em seis apartamentos num bairro de gente "remediada" na Lisboa dos anos 50. As suas necessidades, aspirações, quezílias, transgressões, mentiras são a principal matéria/desafio para um grande espectáculo de Teatro a acontecer. Tudo encerrado num espaço onde a ausência de amor é a parede mestra de cada casa e onde o fascismo à portuguesa, é vivido até ao mínimo pormenor com a policia à espreita dentro de cada um.
O entusiasmo de A Barraca e a anuência da Fundação José Saramago levaram-nos a tentar dar cumprimento ao nosso sonho e programarmos este espectáculo para o segundo semestre de 2015.
Temos a certeza que este espectáculo honrará as instituições culturais envolvidas e não menos o seu autor.
 

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